terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sufoco.



Há quem relute ao pranto sentido.
Eu imploro à lágrima contida.
“Esvaia, que de angústia em angústia, em meu peito só restará um rio de dor.”
Há quem balbucie pragas por tanta face molhada.
Eu só quero que dos meus olhos ecoe o rancor.
Que de tristeza em tristeza o nada é que me resta.
 Reclamam os que dos olhos caem cachoeiras salgadas.
O prólogo é sempre dorido e o epílogo um suspiro de alívio.
Em sufoco e eterno prólogo eu me transformo.
Que não há nada que faça dançar (cair) as minhas lágrimas.

O pranto só existe por dentro, imploro pela lágrima fora e nada, até quando por dentro for só um rio e a água tenha que molhar o deserto dos meus olhos, e por fim haverá glória, um dos raros momentos de êxtase e glória pra quem já não encontra alívio pleno nas palavras e no sentimento cantado.

Sobre música e vídeo:

_Nome: Morena de endoidecer. 
_Composição: Djavan / Cacaso.
_Interpretação: Djavan. 

P.S.: Existe a interpretação de Bethânia, que é tão linda quanto a de Djavan, veja aqui.

3 comentários:

  1. Não tive coragem de ouvir essa música. Não agora. Não hoje. Sinceramente não quero mais ouvi-la.

    Sua poesia já foi o suficiente pra me emocionar.
    Parabéns, Ju.
    Sou seu fã.

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  2. Muito boa postagem, rs
    Mas o que é o choro? É nada. É aquilo que bebês põe pra fora. É aquela dor pequena de raiva, que sai sem dó, escancarada. Aquela dor pequena que até ator sabe fingir muito bem. Porque dor mesmo se sente sem lágrimas. Dor mesmo se sente, não se mostra.

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  3. Sentimento demais pra uma sexta-feira.
    Tão lindo.

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